Díaz adiará o debate sobre a redução da jornada de trabalho para que ele possa ocorrer "em condições de tranquilidade".

A segunda vice-presidente e ministra do Trabalho, Yolanda Díaz , declarou que seu Ministério decidiu adiar o debate no Congresso sobre a redução da semana de trabalho para 37,5 horas até a próxima sessão, para que possa ocorrer em "condições de tranquilidade".
Foi o que afirmou em entrevista ao programa 'La Hora de la 1', noticiado pela Europa Press, depois que fontes ministeriais indicaram ontem que o debate sobre as emendas ao plenário que o Partido Trabalhista pretendia realizar em 22 de julho será adiado devido ao clima político , após os supostos casos de corrupção dentro do PSOE, e porque o partido catalão Junts pediu mais tempo ao Departamento de Díaz para continuar negociando a medida.
Sobre o assunto, Junts esclareceu posteriormente que não havia solicitado expressamente que o debate completo sobre a redução da jornada de trabalho fosse adiado para depois do verão, e que foi o Ministério do Trabalho que decidiu não incluí-lo na pauta da Sessão Plenária do Congresso marcada para a próxima semana, tendo observado que não tinha apoio para dar continuidade a esse processo inicial.
Questionado sobre a posição de Junts, o Ministro do Trabalho afirmou que estão trabalhando com o partido catalão em medidas de apoio às pequenas e médias empresas. Essas medidas foram colocadas em pauta durante as negociações com empregadores e parceiros sociais, mas acabaram não sendo incluídas no acordo entre o governo e os sindicatos CCOO e UGT, pois a CEOE e a Cepyme não aderiram ao acordo.
"Não há experiência no mundo, nenhuma, que não segmente trabalhadores autônomos e pequenas empresas. Se você é autônomo ou tem uma pequena empresa, ou meus colegas de escritório, que têm uma pequena empresa, saibam que não é a mesma coisa, que vocês vão precisar de apoio", explicou Díaz .
A segunda vice-presidente também insistiu que a decisão de adiar o debate sobre todo o projeto de lei se deve ao fato de que, depois de mais de 40 anos sem redução de jornada de trabalho, o debate deve ocorrer em "condições tranquilas". "Quero que isso avance", afirmou.
Díaz afirmou que continua "otimista" com o acordo porque a redução da jornada de trabalho é uma medida que afeta 12,5 milhões de pessoas na Espanha e é a medida "mais valorizada" por todos os cidadãos, "independentemente de em quem votem". "É uma medida que também dá esperança de vida", enfatizou.
O Ministro do Trabalho destacou que a redução da jornada de trabalho para 37,5 horas está quase completa, já que a jornada média de trabalho é de 38,2 horas e a produtividade precisa ser distribuída.
"Não estamos na época do meu pai. A agricultura hoje não é como era no século XX, nem você nem eu. Há tecnologia, há riqueza suficiente e, além disso, os benefícios dessas pequenas mudanças, acredito, são o que nos ajuda a curar parte do mal-estar social", concluiu.
ABC.es